Resíduos: o melhor resíduo é o que não é produzido
A produção de resíduos é um dos maiores problemas ambientais
dos nossos dias. Estima-se que na europa sejam produzidas anualmente
mais de 2,5 mil milhões de toneladas de resíduos.
No nosso quotidiano são muitas as atividades que dependem do consumo e utilização de inúmeros materiais que acabam por levar à produção de resíduos.
A produção de resíduos urbanos em Portugal tem vindo a aumentar desde 2013. Segundo dados da Agência Portuguesa de Ambiente, em 2018, foram produzidas cerca de 4 944 627,95 toneladas de resíduos, o correspondente a cerca de 1,38 kg por habitante por dia.
Cada um de nós, enquanto consumidor, tem responsabilidades neste problema ambiental que tem impactes negativos no ambiente, na saúde humana e na economia. Mas só com o envolvimento de toda a sociedade, desde as pessoas, às instituições e em conjunto com os sistemas de gestão de resíduos, é que será possível reduzir a produção de resíduos.
Este é um problema que deve ser combatido em toda a linha, de acordo com as várias prioridades da chamada “hierarquia de resíduos”. A primeira prioridade deve ser prevenir e reduzir. Nesta primeira fase o importante é o consumidor “recusar”, não comprando produtos que tenham um impacte negativo no ambiente, por exemplo, não comprado produtos com excesso de embalagem, devendo também “reduzir”, ou seja,a consumir só o necessário e evitar o desperdício.
Reutilizar é a segunda prioridade da hierarquia de resíduos. Aqui estamos a falar em dar uma nova utilidade a um objeto que já temos, evitando assim a produção de um novo e de todos os impactes ambientais associados à produção desse objeto ou produto.
Reciclar vem em terceiro lugar na hierarquia de resíduos, ou seja, é das últimas opções pelas quais devemos optar. Quando reciclamos estamos a transformar os resíduos em novas matérias primas e a diminuir a quantidade de resíduos que são eliminados. A reciclagem deve ser utilizada principalmente para os resíduos que não conseguimos reutilizar, reparar ou mesmo partilhar.
Por último temos a valorização dos resíduos que é a quarta e última prioridade da hierarquia de resíduos e que basicamente consiste na transformação dos resíduos em energia. Os dois processos de valorização energética mais comuns são a queima controlada (incineração) e a decomposição de resíduos (orgânicos) na ausência de oxigénio, a chamada digestão anaeróbia.